A raça Maronesa define-se como uma raça de montanha, primitiva, natural e rústica. O seu nome oficial responde à toponímia da Serra do Marão. 

Origem, história e evolução

A origem e a evolução da raça Maronesa, só recentemente, com os últimos avanços técnico-científicos principalmente na área da genética molecular, começaram a ser decifradas. Até aqui, todos os juízos e opiniões confluíam para os escritos de Bernardo Lima (1919), e Miranda do Valle (1907), os mesmos, por si só, contraditórios. Assim, Bernardo Lima (1919) por razões de posicionamento geográfico e, eventualmente por algumas semelhanças plásticas com alguns animais infiltrados geneticamente pela raça Mirandesa e Barrosã, atribuiu a origem do Maronês ao cruzamento entre estas duas raças. Miranda do Valle começou, pelo contrário, por expressar em 1907, a opinião de que a “verdadeira raça” era a Maronesa, “por ser esta a que se aproximava mais do tipo primitivo”, para depois, em 1949, retroceder na sua opinião, e incluir o Maronês, também no grupo dos mestiços. É sob este estigma que a raça percorre todo o período da implementação dos Livros Genealógicos das demais raças autóctones portuguesas, ficando, por essa razão, fora dos incentivos públicos de então, e consequentemente, em situação de elevada fragilidade económica, até aos finais da década de oitenta; altura em que, com a constituição da Associação de Criadores do Maronês foi implementado o Registo Zootécnico e o seu reconhecimento oficial como raça.

Macho Maronês

Atualmente, pelos resultados que se têm encontrado em vários trabalhos científicos a raça tende para uma arrumação filogenética em espaços suficientemente afastados das demais raças portuguesas e para a confirmação da sua filiação no tronco étnico Negro Ortoide portanto para uma origem direta do Bos primigenius, que povoou a Península Ibérica quando do primeiro movimento dos bovinos em estado selvagem.

Área de Exploração

A base geográfica da exploração da raça bovina Maronesa, engloba fundamentalmente, duas regiões naturais – a do Alvão-Marão e a da Padrela – a primeira das quais abrangendo o maciço granítico do Alvão, a serrania xisto-grauváquica do Marão, o vale da Campeã e a veiga de Vila Pouca de Aguiar, e a segunda coincidindo com o maciço montanhoso e a extensa plataforma planáltica da serra da Padrela.

Distribuição geográficas dos criadores de Raça Maronesa

Em termos de divisão administrativa, as duas regiões referidas estendem-se pelos concelhos de Alijó, Mondim de Basto, Murça, Ribeira de Pena, Vila Pouca de Aguiar e Vila Real, e, ainda, parte dos concelhos de Amarante, Boticas, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Chaves, Montalegre e Valpaços. No último triénio tem-se verificado uma certa procura por esta raça por criadores situados fora do solar, mais concretamente na região do Alentejo.

Fonte: Associação de Criadores de Maronês

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