A poucos dias do início de mais uma quadra festiva, num ano marcado pela pandemia de Covid-19, a comunidade “Terra Maronesa” e os seus criadores vão oferecer Carne Maronesa DOP, aquela que foi considerada a “Melhor Carne do Mundo”, a Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS).
A doação pretende beneficiar, numa primeira fase, todas IPSS com Estruturas Residenciais para Idosos (“Lares”) dos quatro concelhos com maior produção de Maronesa: Vila Real, Vila Pouca de Aguiar, Mondim de Basto e Ribeira de Pena.
No primeiro donativo, que vai beneficiar a APC de Vila Real, os criadores que irão falar da iniciativa, desta excecional carne produzida com respeito pelo bem-estar animal e com contribuição líquida para a sustentabilidade ambiental, cultural e social do território, assim como das dificuldades de escoamento da carne em período de pandemia.
Comunidade Terra Maronesa promove território
A associação “Terra Maronesa” é uma comunidade prática que pretende, a partir de uma abordagem holística e sistémica, valorizar o território habitat da raça bovina autóctone “Maronesa” e um vasto património alimentar nas suas diferentes vertentes económica, cultural, social, ambiental e turística.
A comunidade está a levar a efeito o projeto LIFE-Maronesa, financiado pela Comunidade Europeia, que pretende contribuir para inverter abandono de pastagens de montanha e ajudar a implementar a estratégia da UE de adaptação às alterações climáticas, reduzindo o risco de incêndios florestais e aumentando a resiliência climática da agricultura. À sequestração de carbono e a retenção da água no solo, ambos conseguidos através da pastorícia extensiva, somar-se-á a biodiversidade e os serviços de ecossistema.
Maronesa, a “Melhor Carne do Mundo”
Em julho de 2020, a carne Maronesa DOP foi considerada a “Melhor Carne do Mundo”, num concurso de degustação, com reputados chefs internacionais, promovido pela Fisterra Bovine World, uma organização sediada na Galiza, entre 13 raças diferentes, segundo a publicação de gastronomia galega Boísimo.
A raça do Marão e Alvão era a única representante nacional mas competia com a comum Holstein-Frison (a das malhas pretas), a Angus ou a dispendiosa Wagyu, do Japão. O projecto, o Fisterra Bovine World, criou durante 24 meses as várias raças autóctones, assegurando que os animais tinham a máxima pureza e idade semelhante, num quinta galega onde comeram exactamente o mesmo: milho e pastos litorais.